Três Perguntas para Definir se Um Treino é Funcional
- Sidiclei Souza
- 1 de fev.
- 2 min de leitura
Por Michael Boyle
Página 2 do Livro New Functional Training for Sports, Segunda Edição (2016)
Tradução Livre: Sidiclei Souza e Bárbara Silva

Para melhor entender o conceito de treinamento funcional, faça a si mesmo as simples perguntas a seguir:
1. Quantos esportes são praticados na posição sentado?
Que eu saiba, apenas poucos esportes, como o remo, são praticados com os atletas sentados. Se aceitarmos essa premissa, veremos que treinar sentado não seria funcional para a maioria dos esportes.
2. Quantos esportes são praticados em um ambiente rígido, onde a estabilidade é promovida por fontes externas?
Parece que a resposta é “nenhum”. A maioria dos esportes é disputado em campos ou quadras. A estabilidade é promovida pelo próprio atleta, não por uma fonte externa. A razão mais uma vez nos diz que a maioria dos sistemas de treinamento baseadas no uso de máquinas não é funcional, por definição. Pois, a carga é estabilizada por máquinas. Os proponentes desses sistemas talvez argumentem que eles sejam mais seguros, mas isso é claramente uma relativa escolha por segurança na sala de fortalecimento.
Apesar dos treinos baseados no uso de máquinas em teoria resultarem em um menor número de lesões durante o treinamento, a falta de exigência proprioceptiva (resposta sensorial interna quanto a posição durante o movimento) e de estabilização vai consequentemente levar a um maior número de lesões durante a competição.
3. Quantas habilidades esportivas são realizadas sob a ação de uma articulação agindo isoladamente?
Novamente, a resposta é zero. O treinamento funcional tenta focar nos movimentos multiarticulares sempre que possível. Vern Gambetta e Gary Gray, dois dos mais renomados especialistas em treinamento funcional, estabelecem: “Movimentos uniarticulares que isolam um músculo específico são extremamente não funcionais. Movimentos multiarticulares que integram grupos musculares em padrões de movimento são muito funcionais” (2002, parágrafo 13).
A partir das respostas às três perguntas acima, provavelmente, poderemos concordar que o treinamento funcional é melhor caracterizado por exercícios feitos com os pés em contato com o solo e, com raras exceções, sem o uso de máquinas.
A resistência ao conceito de treinamento funcional sempre recai na ideia de que “sempre fizemos desse jeito”. Mas, como Lee Cockrell apropriadamente perguntou em seu livro Creating Magic, “E se o jeito que sempre fizemos isso estiver errado?”.
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