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O Treino Rotacional está prejudicando seu desempenho?

O Treino Rotacional está prejudicando seu desempenho? Postado originalmente como “ Fazer rotações é uma boa ideia?

Este artigo foi originalmente postado em 2006, mas estou repostando para relembrar os conceitos e para que os novos membros possam tomar conhecimento.


Muitos atletas e treinadores estão usando exercícios de “flexibilidade rotacional” em seus programas - mas isso realmente ajuda seu desempenho, ou isso pode ser a causa para mais lesões?


Nos últimos dez anos o treinamento tem claramente mudado sua orientação do plano sagital para uma ênfase no treino unilateral e multiplanar. Parte desse processo, particularmente para os atletas, tem sido puxado para o desenvolvimento da flexibilidade em rotação. Todo atleta que pratique um esporte que requeira rotação, como o beisebol, hockey, ou golfe, de repente foi orientado a desenvolver maior flexibilidade em rotação. Assim como muitos preparadores físicos, me senti vítima desse mesmo conceito falho. Fui um dos “diferentes” que não gostou tanto da ideia, seguindo cegamente a recomendação dos outros e que agora considero questionável e perigosa. Curiosamente, mesmo sendo uma pessoa que sofre com dor nas costas, eu simplesmente ignorei meu desconforto e continuei a fazer alongamentos e exercícios dinâmicos com rotação.


Ler o trabalho da fisioterapeuta Shirley Sahrmann me fez reconsiderar minha posição e eventualmente eliminar todo o grupo de alongamentos e exercícios rotacionais de aquecimento dinâmico, que uma vez fizeram parte do nosso programa. Em seu livro, Diagnosis and Treatment of Movement Impairment Syndromes, Sahrmann diz “durante a maioria da atividades diárias, o papel principal dos músculos abdominais é prover suporte isométrico e limitar o grau de rotação do tronco… O maior percentual de problemas lombares ocorrem por que os músculos abdominais não conseguem manter o controle sobre a rotação entre a pelve e a coluna no nível entre L5 - S1” (2002, pág. 71). A amplitude de movimentos da lombar, que muitos personal trainers e treinadores vem tentando aumentar, talvez não seja sequer desejável e provavelmente potencializa as lesões.


Sahrmann vai além ao notar um fato chave que eu creio estar sendo negligenciado no campo da performance. “O grau de rotação médio da coluna lombar é de aproximadamente 13 graus. A rotação entre cada segmento da T10 a L5 é de 2 graus. O maior grau de rotação acontece entre L5 e S1, que é de 5 graus… A coluna torácica, não a lombar deve ser o local de maior rotação do tronco… quando uma pessoa pratica exercícios rotacionais, deve ser instruída a “pensar na rotação ocorrendo na área do peito” (Sahrmann, pág. 61 - 62).


Sahrmann finaliza com as seguintes afirmações: “a rotação da coluna lombar é mais perigosa que benéfica, e a rotação da pelve e dos membros inferiores para um lado, enquanto o tronco permanece estável ou é rotacionado para o outro lado é particularmente perigoso” - veja as figuras 1 e 2 - (Sahrmann, pág. 72).


Curiosamente, Sahrmann concorda com a conclusão de Barry Ross. Ele recomendou prioritariamente o treino de isometria abdominal para seus velocistas. E Sahrmann recomenda: “durante a maioria das atividades, o papel principal dos músculos abdominais é promover o suporte isométrico e limitar o grau de rotação do tronco que, como discutido, é limitado na coluna lombar” (Sahrmann, pág. 70).


Ainda mais importante, o que tudo isso significa? Para mim, que eu tenho que eliminar os alongamentos (mostrados abaixo) que visam aumentar a amplitude de movimentos da lombar. Isso inclui alongamentos rotacionais na posição sentado (figura 1) e alongamentos rotacionais na posição deitado (figura 2).




Eu também eliminei os exercícios dinâmicos criados para aumentar a amplitude de movimentos da lombar, como o Dynamic Bent Leg Trunk Twist (figura 3), Dynamic Straight Leg Truck Twist (figura 4), e o Scorpion (figura 5).




Minha conclusão. A maioria da pessoas não precisa de maior amplitude de movimentos para o tronco. As evidências dos especialistas parecem claras ao mostrarem que o que nós realmente precisamos é de sermos capazes de controlar a amplitude de movimento que já possuímos. Apesar disso parecer extremo para alguns, tenho visto uma diminuição significativa das reclamações (entre meus clientes/atletas) quanto às dores lombares desde que eliminei esses exercícios. De fato, agora nós estamos enfatizando o desenvolvimento da amplitude de movimentos no quadril tanto para a rotação interna, quanto externa. Acho que no futuro veremos os treinadores trabalhando a estabilização do CORE e a mobilidade do quadril, em vez de trabalharem contra si mesmos tentando aumentar, simultaneamente, a estabilidade e a mobilidade na área do CORE.


_____Porterfield e DeRosa - Mechanical Low Back Pain, WB Saunders, 1998.

_____Sahrmann, Shirley - Diagnosis and Treatment of Movement Impairment Syndromes, Mosby, 2002.

 
 
 

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