“Assim como é característico do agachamento livre, você também pode usar as flexões para iniciar as gradações de contração e torque nos cotovelos e ombros. A flexão também serve como ferramenta de diagnóstico quanto ao controle motor e a amplitude de movimentos.
Você compreende como organizar a coluna em posição neutra? Ou como criar rotação externa, gerando torque, ao pressionar as mãos no chão? Você tem amplitude de movimento e controle motor suficientes para manter as mãos voltadas para frente e os cotovelos próximos ao corpo durante o movimento? Sem ter que usar nenhum equipamento, você pode ver o quanto entendeu sobre os princípios básicos de contração e torque, bem como identificar restrições de mobilidade somente com a flexão. Além do mais, as flexões servem como base de lançamento para movimentos mais complexos como o supino, a paralela ou o desenvolvimento (press).
Não é de se admirar que tantos atletas vivam às voltas com dores no complexo do manguito rotador, com ombros deslocados e com dores na porção anterior dos ombros ao realizar o movimento de empurrar. Eles não entenderam os princípios que governam as boas posições de ombros, cotovelos e pulsos.
As flexões ensinam a desenvolver esses padrões fundamentais do movimento e dão a atletas e treinadores um modelo para resolver problemas nessas articulações. Muitas pessoas sempre relacionam questões relativas aos ombros com fraqueza no manguito rotador ou deltoides. Apesar de isso ser um fator a se considerar não é necessariamente a raiz do problema. Pode ser somente um problema de postura. Se você não tem nenhum modelo de como criar uma posição estável, torna-se difícil gerar espontaneamente torque e força. Uma vez que você entenda como realizar corretamente as flexões, não importará mais onde estarão suas mãos ou o que você esteja segurando, puxando ou empurrando. Nem mesmo a posição de seus braços, você continuará a conseguir criar uma posição mecanicamente estável e potente”.
- Kelly Starrett
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