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Críticas a Um Programa Horrível

Por Michael Boyle

Tradução livre: Sidiclei Souza

Revisão: Bárbara Silva


No sábado eu postei uma programação que me foi enviada por um seguidor no Instagram. O treino (demonstrado na foto acima) é horrível em vários níveis. O interessante é que tanto o programa quanto os comentários feitos na postagem me mostraram o quão longe ainda temos que ir quando se trata de transmitir conhecimento aos treinadores. Algo que se repetia eram os treinadores perguntando do que eu não havia gostado no programa. E para mim isso é muito óbvio. Contudo, entendi que essa era uma tremenda oportunidade do ponto de vista educacional.


Então, comecemos pelo início. A ideia de “corrida + pular corda + alongamento” como aquecimento é muito ultrapassada. Tristemente, essa deve ser a melhor parte do treino proposto.


O treino de força é completamente sem sentido. Estou considerando que “stationary lunge” seja um agachamento de base alternada pois o termo utilizado é redundante. Também não tenho certeza do que significa “SB”, mas estou considerando que seja o uso do Slideboard. Portanto, para começar o treinador desconhece a terminologia básica.


A próxima observação é quanto ao esquema de repetições e o volume. O que é cômico é o treinador achar que existe diferença entre propor séries de 10 – 10 – 8 – 8, e 4 séries de 8 repetições. Sejamos honestos, são praticamente idênticas, por que se preocupar em fazer essa distinção? Além do mais, o volume da séria 1 é mais do que meus atletas fazem no treino todo. Por último, foi proposto um tipo de “treino extensivo de pliometria” no final de cada série (como se o volume exagerado não fosse suficiente).


No final da série 1, o atleta deve fazer um exercício unilateral seguido de um bilateral, e fez 68 repetições para membros inferiores, sem contar os burpees. A propósito, escreveu burpee incorretamente e ele não é um exercício pliométrico. E também, felizmente, o volume de burpee não foi estabelecido. O treinador acha que este é um bom exercício.


A série 2 começa com back squats e aparentemente eles são feitos após os 32 goblet squats e 36 lunges já realizados. Os agachamentos foram pareados à RDL’s dessa vez, mas agora são 12 repetições. O interessante é que quanto mais cansado está o atleta, maior é a série. Essa série totaliza agora 84 repetições. E é claro, ele deve pular corda novamente. Acho que poderia chamar isso de “treino extensivo de pliometria”.


A série 3 começa com deadlifts? Mais uma decisão questionável depois de ter feito 152 repetições de exercícios para membros inferiores. Agora são 36 repetições em cima da 68 repetições de agachamentos. Depois temos um “Stability Lunge”? Mais uma vez, não tenho certeza do que isso significa. Depois vem um tal “calf jump” como pliométrico? Novamente não sei o que possa ser isso.


Por último, a série 4 traz um tipo de trabalho de core para finalizar e depois “hurdles” (barreiras)? Para piorar o potencial de lesões, ainda escreveu incorretamente. Minha esperança é que as barreiras tenham sido usadas para mobilidade e não para saltos.


Ao escrever esse texto, tenho esperança de que o treino tenha sido só uma brincadeira. Contudo, como disse antes, ele me foi enviado via Instagram com uma pergunta de como deveria abordar o treinador que escreveu o treino. Espero que eu tenha expressado minhas ideias adequadamente.


 
 
 

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