Por Kevin Carr, CFSC, LMT
Original disponível em: https://www.strengthcoach.com/resource/6626b21f6a46c398600e6c71
Tradução Livre: Bárbara Silva e Sidiclei Souza
Começarei dizendo que não sou do tipo que escreve artigos com inclinações negativas, mas acho que o impacto geral deste será positivo se você seguir meu conselho.
Na minha carreira de 15 anos como treinador, já conheci milhares de treinadores, tanto bons quanto ruins, na nossa academia e em outras. Eu poderia escrever um artigo listando todas as qualidades que fazem um ótimo treinador, mas já temos muitos artigos do tipo na Strengthcoach.com, os quais coloquei os links abaixo:
O Senso Comum, não é tão Comum - Tornando-se um ótimo treinador
Tornando-se um Ótimo Treinador de Força: Deliberadamente
Tornando-se um Ótimo Treinador de Força Parte 2
Quando em dúvida, faça ótimas demonstrações, mostre entusiásmo, sorria e seja legal com as pessoas.
Brendon Rearick, até mesmo escreveu um livro inteiro sobre o assunto: Regras de Coaching: Um Manual de Instruções para uma Carreira de Sucesso no Treinamento de Força e Condicionamento
O que quero discutir é o que gera um péssimo treinador. Tenho visto incontáveis treinadores inteligentes e cheios de conhecimento que, apesar de seus intelectos, quebram a cara por falharem em outras áreas.
Simplesmente ser tecnicamente inteligente não é suficiente para fazer uma carreira no fitness; na verdade, eu diria que as habilidades interpessoais e a inteligência emocional estão no topo da lista em termos de valor quando se trata de construir uma carreira longa e bem-sucedida.
Sem mais delongas, aqui está a minha lista do que NÃO fazer se você quiser ter uma carreira de sucesso como treinador.
1) Não Reclame dos Seus Problemas Com Seus Clientes
Bons treinadores deixam seus clientes confortáveis para se abrir sobre suas vidas, treinadores ruins chateiam os clientes falando sobre si mesmos. Quase sempre, os treinadores passam a maior parte do tempo da sessão de treinos falando de suas vidas, especialmente de seus problemas.
Ninguém quer pagar para ouvir suas lamentações.
Ninguém se importa com o seu cansaço, ou se você está com problemas de relacionamentos, ou se você não gosta do seu chefe.
Essa não é uma via de mão dupla, seu cliente tem o direito falar e se lamentar com você o quanto ele quiser, isso está no preço que você cobra. Sempre desempenhamos o papel de pseudo-terapeutas de nossos clientes e temos que dar nosso melhor para ouvir e contribuir com eles.
Lembre-se, ELES são o foco durante o treino, não você.
2) Não Treine Seus Clientes do Modo Como Você Gosta de Ser Treinado
Não seja o treinador de apenas uma ferramenta (kettlebell, TRX, ou powerlifting). Suas escolhas para os programas dos clientes não deveriam ser definidas pelas suas preferências pessoais. Os clientes te contratam para resolver seus problemas, e é nosso dever escolher a melhor ferramenta para o trabalho, não nosso equipamento preferido.
Também não seja o treinador da abordagem da moda. Um mês foca na mobilidade, no outro na respiração, e três meses depois só programa LPO.
Abordagens de programação focadas em uma ferramenta sempre falharão em resolver os problemas do cliente e eventualmente ficarão ultrapassadas e chatas. Aprenda a usar bem várias ferramentas para resolver os problemas do seu cliente.
3) Não Deixe Seus Clientes Esperando Por Uma Resposta, Seja Por E-mail ou Mensagem de Texto
Uma comunicação rápida é o segredo para bons hábitos de atendimento ao cliente. Não deixe o cliente na mão com e-mails, mensagens de texto e comunicações telefônicas desleixadas.
Isso começa com a primeira comunicação. Quando você receber informações sobre um cliente em potencial, LIGUE para ele primeiro, não envie mensagens de texto ou e-mails e faça isso horas após eles terem entrado em contato..
Quando clientes atuais entrarem em contato com você com perguntas, mudanças de agenda, etc., responda imediatamente, mesmo que você não possa atender às solicitações deles imediatamente. Simplesmente dizer: "Ei, não tenho certeza, mas já respondo", é muito melhor do que deixá-los esperando.
4). Não Chegue Atrasado Habitualmente, Nem Falte Aos Treinos
Particularmente, nada me deixa mais chateado que um atraso, ou ainda pior, uma falta. Se você se importa com algo, não chegará atrasado, e certamente não deixará de comparecer a um compromisso.
Não há desculpas para a perda de um compromisso por ter dormido demais ou por esquecimento. Você é um adulto agora, então programe seu despertador ou alarme.
Quando temos clientes regularmente agendados, nos tornamos parte de suas vidas diárias. Se você não for confiável, eles acabarão ficando cansados de você e vão treinar em outro lugar.
5) Não Proponha Treinos Sem Planejamento e Randomizados
Se um cliente está pagando pelos seus serviços, ele espera receber treinos estruturados e planejados, e não uma rotina randomizada que você pensa na hora. Infelizmente, isso é muito comum no mundo do fitness.
Você deve escrever um programa com fases de 3 a 4 semanas, tanto no papel quanto na planilha eletrônica. Registre seus números e progresso, e faça anotações diárias e ajustes nas planilhas.
Os clientes percebem quando você dedica um tempo para programar e também sabem quando você está improvisando.
6) Não Conduza Treinos Distraídos, Sem Foco, e Com Baixa Energia
Suas sessões de treinos do final do dia devem ter a mesma energia e entusiasmo daquelas do início do dia (ou o contrário, caso você não seja pessoa matinal como eu). O cliente não se importa se você está trabalhando há 10 horas, eles vêm treinar esperando o serviço de excelência pelo qual pagaram.
Como treinador, você deve “entrar em cena” quando sai da sala do café em direção a sala de treinos. Nem sempre nos sentiremos felizes, entusiasmados e empolgados para treinar alguém, mas bons treinadores conseguem atuar quando precisam e prover uma ótima experiência para o cliente.
7) Não se Mostre Desinteressado Na Vida de Seus Clientes
Gostando disso ou não, nos tornamos conectados a todos os eventos do dia-a-dia dos nossos clientes. Manter-se conectado a eles, reconhecê-los e até mesmo participar de suas vidas é a maneira de continuar a se conectar com eles para construir um relacionamento de longo prazo..
Aniversário, Natal e Formaturas - presenteie-os com pequenos presentes.
Se for um atleta com um importante evento esportivo - vá assistir.
Alguma morte na família - envie uma mensagem.
Ele está lidando com alguma doença ou lesão - visite-o ou envie algumas dicas para ajudá-lo. Todas essas pequenas coisas fazem um grande impacto na relação treinador/cliente.
8) Não Deixe a Educação Continuada de Lado
“Se você estiver fazendo mesmo programa de dez anos atrás, ou você era muito inteligente há dez anos, ou é muito burro agora”
– Michael Boyle
Na maioria das vezes é a segunda opção. A educação continuada é vital para criar uma ótima e contínua experiência para o cliente. O mundo do condicionamento e do treinamento muda tão rápido que se não estivermos continuamente aprendendo e tentando melhorar, então estaremos piorando.
Não fique muito ocupado para melhoar.
Os clientes gostam quando você vai a seminários, lê livros e compartilha com ele o que está aprendendo. Eles sabem que sua busca por novas informações os está ajudando diretamente a melhorar.
9) Não Tenha Um Perfil Ofensivo nas Redes Sociais
Essa é uma infração mais recente que surgiu com o aparecimento dos perfis fitness online. Mesmo que não queiramos admitir isso, estamos sendo julgados por nosso comportamento online. Crie uma personalidade online que orgulhe tanto a você quanto aos seus clientes.
Quando for compartilhar algo nas redes sociais, pergunte a si mesmo… eu agiria dessa forma na frente dos meus clientes?
10) Não Lesione Seus Clientes
Essa é bem óbivia, mas eu precisava da décima coisa.
Seus clientes não estão pagando a você para se machucar, mas sim para ficarem melhores. Lesões acontecem durante o treino, e quando ocorrem são 100% sua culpa.
Sempre que estiver programando pergunte a si mesmo: “O que pode dar errado?”.
Lembre-se que toda vez que você seleciona um exercício, aumenta a carga ou a dificuldade, a saúde de alguém está nas suas mãos.
Sei que consigo lembrar de todas as vezes em que machuquei alguém com um sentimento de arrependimento, porque ignorei um risco óbvio.
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